A
Contribuição do Pensamento Pedagógico Libertário
Para a História da Educação Brasileira
NEIVA
BERON KASSICK
CLOVIS NICANOR KASSICK
De
uma maneira geral, quando se fala das tendências pedagógicas
que têm influenciado a prática escolar de professores
brasileiros, as informações sobre a pedagogia libertária
reduzem-se a citações superficiais. Ao trazermos para
análise as experiências pedagógicas libertárias
desenvolvidas no Brasil, é nossa intenção não
apenas recolocar a presença desta pedagogia e sua importância
na educação da classe trabalhadora no início
do século, mas também, rever seus princípios
na busca de novas possibilidades para uma acção educativa
menos autoritária na actualidade.
Introdução
A
história oficial da pedagogia se fez omissa em relação
a contribuição do Pensamento Pedagógico Libertário.
No entanto, apesar das dificuldades enfrentadas, experiências
educacionais em bases libertárias se desenvolveram em várias
partes do mundo, inclusive no Brasil e elas foram importantes pelo
vínculo com o movimento operário e com o seu fortalecimento,
principalmente no final do século passado e início deste.
Devido
a escassez de material escrito, falar de pedagogia libertária
no Brasil parece trazer à memória algo já extinto,
ou que, na melhor das hipóteses, dorme sob as cinzas dos feitos
de bravos militantes do passado. Efectivamente, com excepção
de poucos livros, artigos em revistas e algumas dissertações
e teses (não publicadas e portanto de circulação
restrita), sobre educação anarquista no Brasil, quase
nada além se encontra sobre a pedagogia libertária.
Essa
precariedade de registros deveu-se a necessidade dos militantes anarquistas,
do final do século passado e início deste de não
deixar pistas que pudessem comprometer o movimento mais amplo de organização
dos trabalhadores na luta contra o Estado e suas instituições
opressoras. Mas, por outro lado, outro factor foi o "esquecimento"
por parte da pedagogia oficial, resultante da rejeição
das próprias idéias libertárias.
O
anarquismo, enquanto pensamento contestador das idéias hegemônicas
que serviam de Pano de fundo para a cena onde o capitalismo se consubstanciava
como única forma de organização da produção,
encontrava na classe dirigente um inimigo forte e avassalador. Mais
que isso, quando colocava em dúvida a própria idéia
de Estado como ordem política, atraía a ira da esquerda
socialista marxista, cujas idéias políticas previam
a tomada do poder para posterior instauração do comunismo.
Desse
modo, enquanto pensamento revolucionário, combateu ao mesmo
tempo o sistema sócio-produtivo capitalista e o socialismo
(autoritário) por identificar em ambos uma estrutura verticalista.
Propôs a autogestão operária como meio de criar
novas formas de organização dos trabalhadores na gestão
da produção e da vida social.
Entendendo
a autogestão como a única forma de democracia efectiva,
idealizam-na enquanto acção directa a partir de uma
consciência de classe que visasse a emancipação
dos trabalhadores. É justamente neste aspecto que se estreitam
os laços entre a vontade revolucionária e uma pedagogia
fundamentada no princípio da liberdade.
É
o próprio resgate da história do movimento anarquista
que nos informa sobre o elevado número de Escolas, Centros
de Cultura e inclusive Universidade Popular que foram criadas e mantidas
pelo anarco-sindicalismo da época. Desta forma, evidencia-se
a importância por eles atribuída à educação
no movimento de emancipação com vistas à transformação
da sociedade.
Neste
sentido, faremos uma análise da educação no Brasil,
no começo do século, a partir da concepção
libertária com o propósito de contribuir para o resgate
da história não contada e mantida à margem da
história oficial da educação e, ainda, fornecer
informações a respeito da relação entre
a educação libertária e o movimento de organização
do operariado na luta pela transformação de suas condições
de existência.
De
uma maneira geral, quando se fala das tendências pedagógicas
que têm influenciado a prática escolar de professores
brasileiros, as informações sobre a pedagogia libertária
reduzem-se a citações superficiais.
Ao
trazermos para análise as experiências pedagógicas
libertárias desenvolvidas no Brasil, é nossa intenção
não apenas recolocar a presença desta pedagogia e sua
importância na educação da classe trabalhadora
no início do século, mas também, rever seus princípios
na busca de novas possibilidades para uma acção educativa
menos autoritária na actualidade.
I
O
Pensamento Pedagógico Libertário:
uma realidade presente na prática revolucionária do início
do século XX
O
movimento educacional desenvolvido pelos anarquistas brasileiros no
início do século, espelhava-se no movimento educacional
que, nesta mesma época, desenvolvia-se noutros países,
em particular na Espanha, onde Ferrer y Guardia sistematizava as bases
da educação anarquista em sua Escola Moderna. Apesar de
sua exígua experiência educativa(1), os princípios
da Escola Moderna de Ferrer foram adoptados em vários países,
inclusive no Brasil.
Os
novos métodos de ensino propostos e implantados pela Escola
Moderna, tendo por base o respeito à liberdade, à individualidade,
à expressão da criança, reorganizaram o fazer
pedagógico imprimindo-lhe autêntica função
revolucionária.
Ao
mesmo tempo que a educação anarquista buscava novos
métodos pedagógicos condizentes com o projecto revolucionário,
realizava a denúncia da escola enquanto instituição
de reprodução dos interesses da Igreja e do Estado.
Princípios
como coeducação dos sexos e de classes sociais, ensino
racional e integral apontavam para uma educação livre
de dogmas, de preconceitos cuja essência era o respeito a liberdade.
Tais
princípios, frente ao contexto escolar elitista do início
do século, buscavam a superação do conhecimento
filtrado pelos dogmas e interesses da Igreja bem como a ruptura com
o sistema estatal dual, onde o conhecimento parcelarizado era repassado
de forma distinta para ricos e pobres.
No
Brasil, a experiência pedagógica de inspiração
libertária, organizada com base nos princípios da Escola
Moderna, foi de grande importância para a educação
dos trabalhadores brasileiros no início do século, chegando
a se constituir quase que na única escola a que efectivamente
tinham acesso, dado o desinteresse do Estado pela educação
do povo.
Além
disso, os princípios pedagógicos da educação
libertária foram os únicos parâmetros para a contestação
da pedagogia tradicional que, naquele momento imperava soberana nas
escolas e nos gabinetes, bem como nas mentes de autoridades, de pais
e de professores.
As
escolas libertárias não se atinham apenas ao ensino
formal para as crianças, ofereciam também para os adultos
ensino profissional e ainda, através dos Centros de Cultura
Social, realizavam palestras e conferências à noite ou
aos Domingos - as chamadas Sessões de Propaganda Científica.
Verifica-se
assim que, apesar de pouco lembrada e referenciada, a educação
anarquista foi importante não apenas para a "instituição
escola" e para o seu fazer pedagógico, mas também
para a própria Pedagogia, que incorporou muitos de seus princípios.
Antes
de mais nada, devemos entender a escola libertária dentro do
contexto de oposição anarquista à estrutura da
sociedade no início do século. Neste sentido, andavam
juntos, escola, jornais, centros de estudos sociais, militância,
panfletagem, greves, enfim, todo um conjunto de actividades e acções
directas que visavam fundamentalmente à transformação
da sociedade opressora e exploradora na qual viviam os operários.
Na
escola, os jornais operários serviam de suporte técnico
para as salas de aula através de seus artigos, muitos deles
contendo a tradução de textos de educadores anarquista
estrangeiros, Deste modo, ao mesmo tempo que forneciam material para
análise e estudo dos alunos, divulgavam as idéias anarquistas
e as experiências pedagógicas libertárias desenvolvidas
em outros países.
Esse
procedimento articulado, entre imprensa anarquista e pedagogia, já
havia sido adoptado desde as primeiras experiências libertárias,
como por exemplo, as desenvolvidas na França por ROBIN, no
Orfanato de Cempuis(2), na Espanha, por Ferrer(3), na Escola Moderna
e por Faure(4) na França, na Colméia. Nessas experiências,
a imprensa era apenas uma das várias oficinas de aprendizagem
oferecidas aos jovens, as quais faziam parte da idéia de educação
integral defendida por ROBIN.
É
interessante relatar, em especial, o caso da Colméia em relação
ao funcionamento da imprensa. Aquele serviço, além de
atender às necessidades de consumo interno, atendia também
pedidos de fora, encomendados por amigos da Colméia: sindicatos,
cooperativas, universidades populares, bolsas de trabalho e outros
empreendimentos de vanguarda. Em decorrência, tanto os estudantes
quanto os trabalhadores estavam sempre em contacto com o texto vivo,
crítico e activo porque expressão da própria
militância, ora organizando o movimento de protesto na fábrica,
ora trazendo o conhecimento científico capaz de libertar a
mente do obscurantismo imposto pelo dogmatismo da época.
Tais
textos representavam, ao mesmo tempo, a acção integrada
dos anarquistas nos movimentos de luta dos operários e a rejeição
aos livros que o clero e o Estado utilizavam para inculcar os valores
e a ideologia burguesa, os quais, ao invés de promover a crítica
da realidade, buscavam apenas "entreter as crianças"
(FERRER apud: MONÉS, 1980). Por esta razão,
ao movimento operário logo se ligava a escola e a imprensa
operária, capazes de desenvolver e divulgar suas idéias
e realizações.
Conforme
informa RODRIGUES (1992), as idéias libertárias foram
introduzidas no movimento sindicalista brasileiro pelos trabalhadores
anarquistas-imigrantes espanhóis, italianos e portugueses e
representou a frente de luta mais significativa nas duas primeiras
décadas do século contra a exploração
do operariado brasileiro.
Foi
esse mecanismo adoptado pela imprensa anarquista, de publicar o material
necessário à divulgação de suas idéias,
que permitiu aos anarquistas brasileiros terem conhecimento imediato
das experiências desenvolvidas em outros países. Conforme
nos traz LUIZETTO (1982:62): "O rumo tomado pelo
movimento anarquista na Europa não poderia deixar de imprimir
sua marca na comunidade dos socialistas libertários no Brasil,
formada exactamente naquela ocasião. De fato inspirados nas
idéias e nas experiências dos educadores libertários,
criaram em várias cidades ‘Escolas Modernas’ e
‘Centros de Estudos Sociais’ para a prática do
ensino mútuo"(5)
Consideramos
de fundamental importância essa informação, pois
nos remete a reflectir sobre a maneira de recepção de
tais idéias vindas de "fora".
Enquanto
o sistema oficial de educação caracterizava-se pelas
constantes reformas, elaboradas em gabinete, à luz de modelos
transplantados de outras realidades, os anarquistas assimilavam de
forma crítica as contribuições dos companheiros
estrangeiros, discutindo amplamente, dentro do próprio movimento
de organização da luta dos trabalhadores, a validade
de tais contribuições, Nos primeiros, vemos a desarticulação
entre as propostas e as necessidades reais dos destinatários;
nos segundos, teoria e prática se interpenetram e se modificam
no contacto com a própria prática revolucionária.
Segundo
LUIZETTO (op.cit.) "...a idéia era criar,
paralela e rigorosamente em oposição ao sistema oficial
e privado dominante, um autêntico sistema de ensino".
Como
já vimos, para esse fim articulavam-se a imprensa operária,
os sindicatos, os centros de cultura social, as ligas dos trabalhadores
e as escolas libertárias.
Os
militantes envolvidos com a imprensa anarquista foram os maiores responsáveis
pela aquisição e divulgação do material
escrito sobre educação anarquista. "Através
da correspondência mantida com núcleos libertários
no exterior, recebiam livros, jornais e revistas, logo postos a venda
nas redacções dos próprios jornais e/ou distribuídos
pelos vários Centro de Estudos Sociais".
(Op. cit.:63).
Era
de vital importância, para o êxito do empreendimento,
esse carácter de rede de informações e trocas,
baseado nitidamente no princípio da ajuda mútua.
Tal
princípio, posto em prática através da acção
directa no próprio local de trabalho, representou um autêntico
ato revolucionário diante dos altos índices de analfabetismo
da época(6). Conforme Rodrigues (1992) "...a
maioria dos operários havia trocado a escola pela fábrica
e pela oficina aos seis e sete anos de idade, para ajudar seus pais
a sustentar a prole. Por isso, os mais ilustrados, tinham que ler
os jornais e prospectos em voz alta, em grupo, nos locais de trabalho,
às horas do ‘almoço’ ou nas sedes das associações
para que a maioria de analfabetos pudessem ouvir, compreender as idéias,
os métodos de luta, memorizá-los, assimilá-los!".
Apesar
de duramente atingidos pela exploração burguesa e pelas
limitações impostas pelo analfabetismo, os trabalhadores
ligados ao movimento anarco-sindicalista, ao mesmo tempo que lutavam
para melhorar suas condições de vida, adquiriam uma
cultura de base muito superior à dos demais trabalhadores.
Evidentemente,
a criação pelo movimento anarquista de várias
escolas de alfabetização para as crianças e de
artes e ofícios para os adultos, vinculava-se directamente
ao fortalecimento das capacidades de luta dos trabalhadores.
O
trabalho dos militantes na imprensa anarquista se deu também
através da tradução de textos e de relatos de
experiências libertárias em educação, que,
às vezes, era responsável pelo fato de novas iniciativas
serem conhecidas simultaneamente na Europa e no Brasil. Desse modo,
os anarquistas brasileiros, em especial os educadores, puderam ter
conhecimento imediato das experiências desenvolvidas fora do
Brasil e que atendiam à demanda da educação popular
em outros países. À medida que essas informações
circulavam e eram discutidas, forneciam os instrumentos para que os
trabalhadores pudessem avaliar as condições precárias
da educação que lhes era oferecida e criar suas próprias
alternativas.
Percebe-se
assim, o quanto a imprensa anarquista alimentou o movimento anarco-
sindicalista e, de dentro dele, subsidiou o campo da educação.
Vale
a pena lembrar ainda, que essa imprensa medrou na marginalidade, sendo
muitas vezes perseguida, confiscada e dizimada pela repressão
do governo e do clero.
O
movimento libertário influenciado pelas idéias pedagógicas
que chegavam da Europa, assimilou os pressupostos de duas vertentes
pedagógicas: o ensino integral - sistematizado
e aplicado por Paul ROBIN, no Orfanato de Cempuis; e o ensino
racional - organizado e difundido por Ferrer, fundador da
Escola Moderna de Barcelona/Espanha.
Estas
duas vertentes não são excludentes, muito pelo contrário,
são complementares e correspondem a dois grandes enfoques eleitos
pelos educadores do passado como forma de romper com a educação
classista da época. Esta, organizada num sistema dual, oferecia
uma educação científica para a burguesia e uma
educação profissional para os filhos do povo. Aos primeiros,
o ensino das ciências, das artes e, consequentemente, o poder
intelectual da época, que lhes garantia a função
de dirigentes. Aos segundos, a aprendizagem parcial referente ao ofício,
cuja demanda, decorrente da divisão social do trabalho, formava
a grande massa de mão-de-obra fabril, apta para o trabalho
braçal e para a submissão.
Contrapondo-se
a esse modelo reforçador da divisão social do trabalho,
organizaram uma proposta de educação para o desenvolvimento
completo do homem, ou seja, físico, intelectual e moral. Para
tanto, propuseram o acesso ao conhecimento sem a tradicional separação
entre trabalho manual e intelectual, entre saberes do ofício
e conhecimento científico. Portanto, ao mesmo tempo era ensino
integral e racional, integrando o conhecimento teórico e prático,
através de "...sólidas noções
justas, claras, positivas, mesmo que muito elementares de todas as
ciências e de todas as artes." (ROBIN, apud:
BARRANCOS, 1985:78).
Assim,
a intenção era oferecer à criança uma
base de conhecimentos tão ampla, que lhe permitisse, mais tarde,
uma opção consciente quando da escolha da profissão
fundamentada nas ciências, como forma de escapar do dogmatismo
religioso da época.
Se,
ao substituir as verdades da fé pela verdade científica,
o racionalismo pedagógico deixa à mostra seu carácter
positivista, este se descaracteriza no interior do processo pedagógico
geral, conforme esclarece Gallo (1992:20,21) "Apesar
da importância dada a ciência, em Ferrer o racionalismo
e o positivismo clássico aparecem de certo modo invertidos:
a ciência só tem sentido se estiver a serviço
do homem e não ao contrário; e a razão, embora
seja o centro do conhecimento, é encarada apenas como uma das
facetas do homem, formando um conjunto com as emoções,
os desejos, etc. - um verdadeiro ‘sacrilégio’ para
o racionalista clássico, que vê na razão a mestra
única".
No
final do século passado e início deste, tal postura,
antes de celebrar uma comunhão de idéias com o positivismo
de Comte, representava a contrapartida capaz de fazer frente ao obscurantismo
imposto pela palavra mística da Igreja.
No
confronto ideológico, os educadores anarquistas combateram
esse dogmatismo onde quer que se manifestasse, atacando, conforme
salienta LUIZETTO (1982:64), "...a concepção dominante
de educação, de escola, em larga medida sob o controle
directo de instituições confessionais, ou oficiais formalmente
leigos, mas amplamente permeadas pelas doutrinas religiosas ".
Essa
constante luta dos anarquistas tanto contra a escola confessional
quanto a oficial, baseava-se na crença de que uma sociedade
justa só seria possível se, às novas gerações,
pudessem ser mostradas as causas do desequilíbrio social, e
isto jamais ocorreria se a educação continuasse a ser
oferecida separadamente às diferentes classes sociais. A educação
dual, segundo eles, só cristalizaria a desigualdade econômico-social
entre as classes e, em conseqüência, a exploração
de uma pela outra, como se isto fosse um inevitável destino.
Por isso, Ferrer defendia a idéia da coeducação
de classes, partindo do princípio de que os homens nascem iguais
e devem gozar os mesmos direitos ao longo da existência. Pensava
ele que a convivência entre pobres e ricos, quando ainda crianças,
possibilitaria superar as discriminações sociais e evitar
o problema de ódio entre as classes. O que o levou a afirmar,
com relação à educação:
"...não podemos confiá-la ao Estado, nem ao outros
órgãos oficiais na medida em que são sustentáculos
dos privilégios, obrigatoriamente conservadores e fomentadores
de leis que consagram a exploração do homem. O ensino,
seja oficial ou ‘laico’, está cheio de superstições
anticientíficas. Cabe visitar as Associações
Operárias, as Fraternidades Republicanas, os Centros de Instrução
e Ateneus Operárias e encontrar-se-á ali a verdadeira
linguagem da verdade, aconselhando a união, o esforço
e a atenção constante ao problema da instrução
racional e científica, da instrução que demonstre
a injustiça de qualquer privilégio"
(Apud: TRAGTEMBERG, 1978:28).
Se,
por um lado, os anarquistas rejeitaram a escola confessional e oficial
pelos motivos já apontados, por outro lado, ficavam na condição
de prover os meios necessários para a manutenção
de suas escolas. E este foi um problema constante no movimento libertário,
o qual procuraram resolver por vários artifícios: por
contribuição directa dos alunos ou de seus familiares,
ou por contribuição indirecta, através de festas,
rifas, quermesses, etc., ou ainda através de doações
voluntárias.
Para
melhor entender essa posição dos educadores anarquistas,
de chamar os operários (apesar dos seus baixos salários)
para prover a sustentação econômica da escola,
é necessário relacioná-la ao contexto mais amplo
das lutas anarquistas, caso contrário, correr-se-á o
risco de, numa interpretação ligeira, condenar este
movimento por querer dos operários que duplamente sustentassem
a escola: pela via dos impostos e pela via da contribuição
directa. Na luta mais ampla a contra o Estado - incitava os operários
a não efectuarem a pagamento dos impostos cobrados pelo Estado
para aplicarem em suas reais necessidades, com a segurança
e certeza do aproveitamento e gestão directa do investimento.
Convém
enfatizar que os anarquistas não acreditavam que a educação
confessional ou oficial estivessem preocupadas em promover a libertação
dos operários ou de seus filhos do jugo e da exploração
do capital. O que os levava a afirmar: "Camaradas!
arranquemos a criança ao padre e ao governo!" (citado
por LUIZETTO, 1982:67). Daí a importância dada às
escolas por eles criadas, apesar das dificuldades na sua manutenção.
Era
consenso entre os anarquistas que "... a instrução
é um dos meios mais eficazes de que podemos dispor para o maior
derramamento do anarquismo" (op.cit.:68).
Frente
a essas dificuldades, pode-se dizer que os anarquistas tinham um ousado
e ambicioso plano de educação para os trabalhadores,
abrangendo a infância, a adolescência e a idade adulta.
As
actividades dos anarquistas na área da educação
estendiam-se através dos Centros de Estudos Sociais, cujos
objectivos, além da propaganda, previa cursos de instrução
para os trabalhadores e instalação de "...biblioteca
para o ensino mútuo e para o estudo das questões sociais"
na qual "...a mesa de leitura está à disposição
de todos, desde as 8 horas da manhã até as 10 horas
da noite, todos os dias" (op.cit.:73). Neste ponto,
sentimos a necessidade de justificar o porquê do uso da "propaganda"
para a difusão dos ideais libertários. Para tanto recorremos
novamente ao princípio básico anarquista: a liberdade.
Por este princípio, ninguém rode ser coagido a fazer
o que não deseja: "...basta lembrar que se
em seu nome (da liberdade) os libertários reagiram contra todo
o gênero de opressão, sentiam-se em contrapartida, impedidos,
pelo mesmo motivo, de institucionalizar o exercício de qualquer
forma de coerção". (LUIZETTO, 1982:
42). Em virtude disso, utilizavam a táctica do convencimento,
e daí a importância da propaganda anarquista do jornal
que davam-lhe suporte técnico.
Completando
o quadro das instituições previstas pelo sistema de
ensino libertário, havia ainda a "Universidade Popular
de Ensino", criada _ 1904, que apesar da duração
efémera, de julho outubro, pretendia complementar o sistema
de educação libertária. Sua organização
curricular dava-se através de unidades temáticas independentes,
proferidas através de aulas-palestras e que eram divulgadas
com antecedência na imprensa anarquista. Desta forma, "...
aqueles que perdiam alguma palestra não ficavam impedidos de
continuar o curso. Tudo era feito sem burocracia: bastava que qualquer
trabalhador entrasse na Universidade, pagasse uma taxa de 1$000 e
estava matriculado nos cursos". (GUIRALDELLI, 1987:122).
II
A
Educação Libertária: objectivos e métodos
Os novos métodos de ensino propostos e implantados pela Escola
Moderna tinham por base o respeito à liberdade, à individualidade,
à expressão e ao pensar da criança.
Esta
metodologia seguia os princípios da coeducação
de sexos, coeducação de classes, do ensino racional,
antiautoritário e integral e a formação do ser
moral.
A
ênfase no ensino racional tinha por objectivo, segundo o que
preconizava Ferrer, substituir os métodos dogmáticos
da teologia, pelo método racional indicado pelas ciências
naturais. Ora, se tal posicionamento se fazia necessário na
época, em face da contestação ao ensino dogmático,
nem por isso podemos deixar de reconhecer o aparente "carácter
positivista" que isto gerou no ensino. Crítica, aliás,
já feita pelos próprios anarquistas, que debitam este
fato às necessidades e limitações históricas
da época(7).
Outro
aspecto relevante diz respeito a importância dada à vivência
das situações enquanto método de acção.
Como exemplo, pode-se citar a produção de matérias
publicadas pela imprensa operária da época que serviam,
ao mesmo tempo, para reflectir os problemas quotidianos dos trabalhadores
bem como mediar o movimento de organização e luta operária.
Ou ainda, o que nos permite inferir a nota publicada no Boletim da
Escola Moderna de São Paulo, datado de 13/10/1918, página
4, que esclarece aos leitores que o jornal "O INÍCIO",
cuja publicação era de responsabilidade dos alunos da
Escola Moderna, não seria editado por razões de ordem
financeira. A conseqüência do comunicado, deixa transparecer
a relevância dada a tal empreendimento: "...Isto,
porém, não impede de tornar a fazer-se a publicação
d'O INÍCIO, mais tarde, quando as cousas melhorarem.(...) E
é esse o nosso desejo, porque entendemos que os alunos também
precisam de exercitar-se na imprensa, afim de se habilitarem para
a luta do pensamento na sua cooperação para o progresso
moral e intellectual da humanidade. Ahi fica, pois, a explicação"
(conservamos a grafia original).
Quanto
aos objectivos pretendidos pela educação anarquista,
é importante destacar a relação entre educação
e a revolução social.
Se
para os anarquistas a questão não era apenas a substituição
dos dirigentes, mas sim a de acabar com a própria hierarquia,
isto é, com todas as formas de representação
do Estado, cabia a educação libertária o desenvolvimento
da "consciência anárquica", capaz de rejeitar
na raiz qualquer relação autoritária e desejar
outra forma de organização social - a autogestão.
Neste sentido, já afirmava Fábio Luz(8)
"Para derrubar o Estado, o governo e a propriedade, é
necessário que cada um esteja em condições de
dirigir se por si. Do contrário, cairemos no domínio
dos mais audazes e mais espertos, dos guias, dos preparados"
(Apud LUIZETTO, 1982:79).
Na
esteira desse pensamento, percebe-se a importância da educação
para a revolução social, e o esforço realizado
pelos anarquistas para atingir toda a classe operária da época:
crianças, jovens e adultos.
O
objectivo primordial da educação anarquista pode ser
resumido nas palavras do Comitê Paulista pró ensino racionalista:
"...provocar junto com o desenvolvimento da inteligência
a formação do carácter, apoiando toda a concepção
moral sobre a lei da solidariedade" e assim "...fazer
da criança um homem livre e completo, que sabe porque estudou,
porque reflectiu, porque analisou, porque fez de si mesmo uma consciência
própria..." (Apud, LUIZETTO 1982:70)
Embora
o sistema de ensino previsto pelos anarquista contemplasse a idéia
de educação permanente, englobando modalidades para
a educação de adultos, o foco de atenção
era a educação básica, ou seja, uma escola elementar
racionalista para ambos os sexos.
Novamente
convém contextualizar esse propósito diante da realidade
vivenciada e contestada pelos educadores anarquistas.
Na
época, o contexto educacional impunha a educação
de meninos e meninas, em separado. Por ousar colocar lado a lado ambos
os sexos, numa mesma sala, numa mesma actividade educativa, os educadores
libertários tiveram que suportar toda a sorte de pressões
da Igreja, que, utilizando-se de artimanhas, da imprensa, das instituições,
buscava colocar a população contra aquilo que considerava
um "descalabro" - a coeducação dos sexos.
Observe-se
por exemplo, o libelo publicado no jornal A Gazeta do Povo
em 19/2/1910, em que a Igreja exorta o povo e o próprio governo
a banir a escola anarquista da sociedade: "... todo o mundo já
sabe que em São Paulo trata-se de fundar uns institutos para
a corrupção do operário, nos moldes da Escola
Moderna de Barcelona, o ninho do anarquismo de onde sairam os piores
bandidos prontos a impor suas idéias, custasse embora o que
custou. Ora, uma ta1 casa de perversão do povo vai constituir
um perigo máximo para São Paulo. E é preciso
acrescentar que não somos só nós os católicos
que ficaremos expostos a sanha dos irresponsáveis que saíssem
da Escota Moderna. Brasileiros e patriotas, havemos todos de sentir
o desgosto, uma vez realizados os intuitos da impiedade avançada,
de ver insultada a pátria, achincalhadas as nossas autoridades,
menosprezadas as nossas tradições de povo livre, por
estrangeiros ingratos que abusam do nosso excesso de hospitalidade
e tolerância. (...) A Escola Moderna vai pregar a anarquia,
estabelecer cursos de filosofia transcendental, discutir a existência
de Deus e semear a discordia... Depois, será a dinamite em
ação." (Apud RODRIGUES, 1992:69).
Esse
manifesto demostra claramente a posição da Igreja, em
relação a educação libertária.
Aliando-se ao Estado no combate aos "...institutos para a corrupção
do operário..." vê concretizado seu objectivo com
o fechamento oficial em 1920, da Escola Moderna n° 1 e Escola
Moderna n° 2 de São Paulo.
III
Educação
Libertária e Revolução Social
Verificamos
até aqui a importância dada à educação,
e os esforços empreendidos pelo movimento anarco-sindicalista
do início deste século, na organização de
um sistema educacional destinado ao operariado e a seus familiares.
Passaremos
agora a aprofundar alguns aportes que esclareçam a ligação
entre a educação e os objectivos revolucionários
do movimento.
Devemos
ter presente o entendimento e a maneira de encaminhamento da revolução
social no pensamento libertário, que põe em destaque
a relação entre meios e fins, o que nos permite inferir
que todo o movimento de educação do povo (crianças,
jovens, adultos), desenvolvido através das escolas, dos centros
de cultura social, dos jornais operários, da panfletagem, dos
cursos, das palestras, das conferências aos domingos, etc.,
tudo tinha um objectivo claro: a revolução social. Revolução
social como forma de acabar com a exploração do homem
pelo homem através da implantação de uma outra
organização sócio-produtiva, capaz de possibilitar
à todos a realização plena no trabalho cooperativo,
solidário e autogestionário.
Diferentemente
dos socialistas que pregavam a revolução política,
os anarquistas tinham presente que apenas a revolução
política não seria capaz de atender as necessidades
do povo. A revolução política, como a queriam
os socialistas autoritários, somente possibilitaria a inversão
do poder, porém nunca a sua extinção. No dizer
de LUIZETTO (1982:76), interpretando os ideais anarquistas: "Uma
sociedade de homens livres não pode ter seus alicerces fundados
no fortalecimento da autoridade que supõe a separação
entre dirigentes e dirigidos, governantes e governados."
Para
eles (os anarquistas), a tomada do poder, isto é, a instauração
de um governo revolucionário, em vez de acabar com as diferenças
de classe, estaria somente consolidando o Estado e engendrando uma
nova sociedade de classes e uma nova classe dirigente.
O
argumento, portanto, da negação da revolução
política fundamentava-se na não aceitação
das relações de poder que lhe são inerentes e
que mantêm a dicotomia dirigentes/dirigidos.
Para
os libertários, a única forma de eliminar essa relação
de desigualdade, na qual uma minoria dirigente submete a maioria dirigida,
é restabelecendo a força social da colectividade. E
este não é um ato de doação, nem mesmo
algo que um grupo rebelde de vanguarda toma de assalto dos expropriadores.
Conforme Malatesta (Apud LUIZETTO, 1986:46): "...não
existem homens e partidos providenciais que possam substituir utilmente
a vontade dos outros pela sua própria e fazer o bem pela força:
pensamos que a vida toma sempre as formas que resultam do contraste
de interesses e idéias daqueles que pensam e que querem. Portanto
convocamos todos a pensar e a querer."
Antes
de lutar pela liberdade, o homem precisa desejá-la, gestá-la
em pensamento e assim forjar a acção para concretizá-la,
disso resulta a importância da educação na formação
da "consciência social anárquica",
passível de formar sujeitos críticos que não
se deixem expropriar quer economicamente, via excedente produtivo,
quer socialmente, via força social. Tal consciência desencadeia
necessariamente outras formas de pensar e viver a relação
entre as pessoas. Estas formas distanciam-se da organização
social piramidal própria das sociedades de Estado e aproximam-se
da organização social em bases autogestionárias.
Esta última só pode não efectivar-se numa sociedade
sem hierarquias de poder, o que demanda a revolução
social como forma de transformação das instituições
autoritárias.
Nota-se,
portanto, a influência da 1ógica proudhoniana(9) no pensamento
anarquista que esclarecia que da mesma forma que o capital expropria
do operário o excedente produtivo, o Estado expropria da colectividade
a força social, utilizando-a, via poder político, para
a submissão e submetimento dos geradores desse poder social
(a colectividade).
Em
decorrência, podemos perceber a importância da educação
dentro do amplo movimento de emancipação popular pretendido
pelos anarquistas, contribuindo ao mesmo tempo para "transformar
a consciência humana" e para a produção
da cultura necessária para propiciar a transformação
da sociedade a partir da recriação permanente do quotidiano,
ou seja, das própria instituições sociais. Nas
palavras de João Penteado(10), "...a instrução
é o caminho que nos conduzirá ao grande objectivo, que
só alcançaremos pela revolução".
(Apud LUIZETTO, 1982:79).
Vemos
assim o quanto significava a educação para o movimento
mais amplo desejado pelos libertários e o quanto se empenharam
para que esta educação pudesse contribuir efectivamente
para a transformação social, apesar dos reveses que
sofreu, tanto da parte da Igreja como do Estado.
De
certa forma, essas instituições (Igreja e Estado), ao
se renovarem, pelo menos em parte, assimilaram a influência
de vários ideais e princípios libertários, mas
que no entanto, "...não: tem produzido alterações
substanciais no sentido de buscar a transformação social.
0 que se percebe são apenas reformas que desencadearam um avanço
qualitativo no processo, sem maiores implicações referentes
à estrutura organizacional hierárquica, ou seja, sem
colocar em risco a ‘espinha dorsal’ do Estado". (KASSICK,
1993:201).
Notas
(1)Ferrer
abriu sua escola, a Escola Moderna de Barcelona, em 1901 e em 1906
foi fechada pelo governo, após atentado sofrido por Afonso
XII, sob a alegação de que abrigava em seu interior
terroristas. Para maiores informações ver: KASSICK (1993),
SOLA (1978), MONÉS (1980) e RODRIGUES (1992).
(2)Paul
Robin (1837 – 1912) foi diretor do Orfanato de Cempuis, durante
o período de 1880-1894, onde aplicou os princípios da
educação integral que havia elaborado, quando em 1867,
no Congresso de Lausanne, a Associação Internacional
dos Trabalhadores incluiu entre os seus temas o da educação
integral e para o qual Robin foi designado para enunciar, o que o
faz no congresso seguinte, o de Bruxelas, em 1868.
(3)Fracesc
Ferrer y Guardia (1859-1909) foi provavelmente o pedagogo mais significativo
para a educação libertária. Seu ideário
pedagógico é o resultado da sistematização
do pensamento libertário até então desenvolvido
por ele e por outros companheiros libertários. Esta proposta
se concretizou através da Escola Moderna da Rua Baillen, Barcelona-Espanha,
fechada pelo governo espanhol em 1906, mas que, independente de seu
fechamento, originou o chamado "Movimento Pró Escola Moderna".
Este fato, aliado à repercussão política de seu
assassinato, tornaram-no conhecido mundialmente. A este respeito ver
KASSICK (1993).
(4)Sebastien
Faure (1858-1942) foi o fundador e diretor da escola "La Ruche"
durante todo o período de seu funcionamento, de 1904 a 1917,
em Rambouillet (Seine-et-Oise), organizada de forma semelhante a experiência
do Orfanato de Cempuis de Robim. A este respeito ver: TOMASSI (1978),
MORIYON (1989) e KASSICK (1993).
(5)Foram
criadas, neste período, segundo Rodrigues (1992) mais de escolas,
bibliotecas e centros de cultura nos estados do Rio Grande do Sul,
São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará, Sergipe
e Pará, cuja importância foi bastante significativa para
a classe operária face ao descomprometimento do governo para
com a educação do trabalhador e de seus filhos.
(6)Conforme
Ribeiro (1991:74) os índices de analfabetismo da população
brasileira para pessoas de todas as idades, em 1890 era de 85%; em
1900 e em 1920 de 75%
(7)A
este respeito ver Gallo(1992)
(8)
Fábio Luz (1864-1938)formou-se em medicina, em 1888, pela faculdade
de Medicina da Bahia. Participou da fundação da Universidade
Popular de Ensino Livre, em 1904, onde foi professor da cadeira de
higiene.
(9)Pierre-Joseph
Proudhon. (1809-1865) Filósofo francês responsável
pela primeira sistematização do pensamento libertário
expresso através de sua vasta obra, principalmente: Sistema
das contradições econômicas ou filosofia da miséria;
Da justiça na revolução e na Igreja; O que é
a Propriedade?; Do Princípio Federativo e da necessidade de
reconstituir parte da revolução; Confissões de
um revolucionário por servir a história da revolução
de fevereiro; Da capacidade Política das classes operárias,
etc.
(10)João
Penteado (1877-1965), diretor da Escola Moderna no.1, inaugurada em
l3 de Maio de 1912, na cidade de São Paulo. Revolução
de Fevereiro; Da capacidade Política das classes operárias,
etc.
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